Poemas malditos, gozosos e devotos:
Se já soubesse quem sou
Te saberia. Como não sei
Planto couves e cravos
E espero ver uma cara
Em tudo que semeei.
Pois não dizem que te mostras
Por vias tortas, nos mínimos?
Te mostrarás na minha horta
Talvez mudando o destino
Dessa de mim que só vive
Tentando semeadura
Dessa de mim que envelhece
Buscando sua própria cara
E muito através, a tua
Que a mim me apeteceria
Ver frente a frente.
Há luas luzindo o verde
E luas luzindo os cravos.
Couves de tal estatura
E carmesins dilatados
Que os que passam me perguntam:
São os canteiros de Deus?
Digo que sim por vaidade
Sabendo dos infinitos
De uma infinita procura
De tu e eu.
H.H.
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